• ESCREVER É ARTE OU APENAS SENTIMENTO?

      A arte é o único horizonte de sentimentalidades que a gente pode olhar sem se sentir profundamente arrasado. E de onde vem a criação, se não for de todas as forças que se busca lá no fundo, nesse lugar de subjetividade, que muitas vezes nem mesmo nós sabemos até onde conseguimos chegar? Eu sei que sei fazer isso, mas tantas vezes o meu lápis não encontrou o papel e minha mente não conversou com as minhas mãos, que fico me perguntando em que momento eu me perdi das palavras.

      Acontece que palavra é matéria dentro de mim e por mais que ela adormeça por um tempo, talvez pela exaustão de buscar fazer sentido, em algum pedaço de tempo, ela começa a se remexer de volta, como os chutinhos do bebê no ventre da mãe, sabe? Não ficou mais leve, não é divertido, mas eu preciso recuperar minha capacidade de traduzir o que vejo do mundo, o que ouço das pessoas e o que aprendo com a vida.

      Eu venho tentando retomar os meus processos de escrita. São meses intermináveis de uma seca criativa que já me fizeram ter que lidar com toda a mistura possível de sentimentos que só a ausência de algo pode proporcionar. A ansiedade abriu caminho, avançando e invadindo todos os espaços como se fosse uma ressaca do mar e ela é muito insistente e inconveniente. É como uma etiqueta de roupa que fica arranhando a nossa pele, incomodando, roçando, causando coceira e irritação, até que a gente corta e joga fora. A única diferença é que a ansiedade não permite ser cortada com uma tesoura. Ela permanece contrariando e é a gente que se adapta e se vira para conviver com toda a desordem que ela deixa. Parece simples.

      Estar bloqueada me ensinou que eu não posso permanecer no lugar de conforto em que sempre estive. Eu precisava de mais. Estava com urgências e não sabia como me deixar transcorrer, apesar da reclusão dos últimos tempos, que me despiu de inspiração e referências.

      Estive perdida dentro da minha cabeça por tanto tempo que foi quase impossível encontrar o caminho de volta. Tudo o que sei é que estar presa, assim, no meu próprio mundo, me levou aos limites do entendimento e poder escapar dessa sensação de vazio mental está sendo uma corrida diária contra o tempo. O tempo que eu não quero mais perder. 

      Elas estão aqui, as palavras, e continuam ensaiando sua volta. Eu preciso escrever para respirar melhor. Podem vir, estou pronta!

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